Especialidades / Neurocirurgia

Podemos definir a neurocirurgia como uma especialidade médica dedicada ao tratamento de portadores de doenças do sistema nervoso. Para tanto, depois de concluído o curso regular de Medicina, se faz necessário uma residência de 5 anos ou mais com prática clínica e cirúrgica – só então o médico torna-se um neurocirurgião.

Abaixo relacionamos os tipos de neurocirurgia em que o Dr. Nilton Lara especializou-se ao longo das últimas décadas.

Tumores cerebrais

Os tumores cerebrais têm dois tipos principais. O primeiro são as metástases, que são tumores formados em outra parte do corpo, mas que enviam “informações” para o sistema nervoso central. São o tipo de maior incidência no cérebro e medula, e devem ser tratados conforme a doença de origem.

O segundo tipo de tumor mais comum no sistema nervoso central e na medula são os tumores próprios do sistema nervoso central, sendo os gliomas os mais freqüentes. Eles tendem a ser ou se tornarem malignos com o tempo e se originam de células do próprio cérebro, ou medula. Há ainda os meningeomas, que são tumores geralmente benignos originados nas meninges que cobrem o cérebro e a medula. Eles podem comprimir estruturas cerebrais ou medulares e, às vezes, podem causar sintomas significativos.

Hematomas intracranianos

Muito frequentes, os hematomas cerebrais são muitas vezes objeto de emergências médicas. Podem ocorrer por trauma craniano, ou por rompimento de vasos cerebrais, como em casos de hipertensão arterial. Esses hematomas podem acontecer dentro da substância cerebral, ou no entorno do cérebro, causando compressão sobre as estruturas.

Importante mencionar os hematomas subdurais crônicos, que acometem preferencialmente a população idosa. Tratam-se de hematomas com crescimento lento, derivados normalmente do rompimento de pequenos vasos cranianos. O tempo entre o trauma e o início dos sintomas pode ser de semanas, ou meses, e muitas vezes simulando uma Doença de Alzheimer, uma vez que os idosos tendem a apresentar sintomas de piora cognitiva. Na verdade trata-se de um hematoma crônico que está em crescimento mas que, se efetivamente tratado, pode devolver ao idoso sua condição normal.

Hidrocefalia

O líquido cefalorraquidiano (liquor) é produzido pelo plexo coróide, que está localizado nos ventrículos cerebrais. São cavidades do encéfalo e contém basicamente água, proteína, açúcar (glicose), glóbulos brancos e hormônios. Tanto os ventrículos, como os espaços em torno do cérebro e da medula espinhal são preenchidos com o liquor.

Ocorre que o cérebro e a medula espinhal são cercados, protegidos e nutridos por esse liquido que é continuamente produzido e absorvido no cérebro, seguindo um fluxo que vai do local de produção para o de absorção. Quando esse fluxo se interrompe, há acúmulo do líquido e a isso se dá-se o nome de hidrocefalia.

Como os ossos do crânio nas crianças com menos de dois anos ainda não “colou” (as suturas ainda estão abertas) o crânio tende a aumentar quando com há hidrocefalia. Já nos adultos esses ossos já estão “colados” (suturas já fechadas), impedindo que o crânio se dilate e levando a um aumento da pressão dentro do crânio – o que pode ser extremamente grave, tornando-se uma emergência médica.

Existem múltiplas causas de hidrocefalia, na verdade, qualquer interrupção do fluxo do liquor pode causar a hidrocefalia. Mal formações são mais comuns na infância; nos adultos, tumores e neurocisticercose são as causas mais freqüentes (neurocisticercose é a infecção do sistema nervoso central causada por parasita presentes na carne de porco ou gado quando mal passadas, ou verduras mal lavadas).

Importante citar a hidrocefalia de pressão intermitente (ou hidrocefalia de pressão normal – HPN), que é uma hidrocefalia causada pela expansão crônica e lenta dos ventrículos laterais, e pela distorção das estruturas cerebrais. Nesses casos, a pressão do líquido cefalorraquidiano geralmente é pouco alterada. Seus sintomas típicos são incontinência urinária, demência e transtorno da marcha, o que simula falsamente a Doença de Alzheimer.

Aneurisma

Aneurisma cerebral é a doença na qual um segmento de vaso sanguíneo, quase sempre de uma artéria do Polígono de Willis, encontra-se anormalmente dilatado no encéfalo. A dilatação é causada, em geral, por uma falha muscular da parede de uma artéria. Considerado extremamente perigoso, o aneurisma produz hemorragia e aumento da pressão intracraniana quando se rompe no interior do crânio, lesando ou comprimindo importantes estruturas do encéfalo. Pode levar à morte, por isso requer cuidado e atenção.