Qualidade de vida! É isso o que a gente mais deseja, não é mesmo? A tecnologia pode ser uma poderosa aliada no desenvolvimento de recursos para o controle da dor, e a bomba de infusão, também conhecida como bomba de fármacos, é um ótimo exemplo disso. 

Recomendada para tratar a dor crônica quando o controle da dor (por meio de outros tratamentos como a terapia ablativa ou o implante de neuromoduladores) se torna inviável, a bomba de infusão se apresenta como poderosa aliada do paciente.

Porém, como praticamente em qualquer tratamento, há vantagens e desvantagens relacionadas à bomba de infusão de fármacos. É disso que iremos tratar a seguir.

A cirurgia

Vamos a um fato: o implante da bomba de infusão necessita de procedimento cirúrgico. E como sabemos, cirurgias, mesmo as mais simples, podem representar riscos para a saúde do paciente. Contudo, cabe dizer, o médico sempre deve avaliar a condição clínica do paciente antes de marcar a operação, o que irá diminuir as chances de complicações após a cirurgia.

A bomba de infusão é então colocada sob a pele do abdômen por meio de uma cirurgia e, a partir disso, passa a fornecer a medicação por meio de um cateter, posicionado ao redor da medula espinhal.

O pós-cirurgia

A bomba de infusão tem uma cicatrização inicial que pode durar até 8 semanas – e que irá requerer cuidados específicos do paciente durante esse período.

Além disso, a medicação inserida na bomba precisa ser trocada entre 6 e 12 semanas, dependendo do tamanho do aparelho e da dosagem que ficará armazenada nele. 

Ou seja, não há um período predeterminado para a troca da medicação contida na bomba. Isso irá depender de caso a caso.

O posicionamento da bomba de infusão no corpo do paciente permite que ela seja acessada e reabastecida com o auxílio de uma agulha. Assim, a medicação pode ser administrada ao longo do dia. 

Além disso, vale ressaltar que o cateter, embora seja feito com material durável e flexível, está sujeito a desgaste. Flexões em excesso, torções, saltos ou alongamentos inadequados podem mover ou esticar o cateter e a reparação deste dano pode exigir, em última instância, uma nova cirurgia.

Reduz drasticamente a medicação

A ação da bomba de infusão torna a ação dos analgésicos até 300 vezes mais poderosa do que sua ingestão por via oral, ou seja: ajuda a reduzir drasticamente a quantidade necessária de medicação para o paciente. 

Por consequência, os efeitos indesejados oriundos dos medicamentos opióides também são reduzidos significativamente no tratamento com a bomba de fármacos, já que a diminuição na quantidade de um medicamento reduz também a incidência de problemas relacionados a ele. 

E os benefícios não param por aí: o abastecimento dos analgésicos é realizado em um reservatório computadorizado, posicionado abaixo da pele. Isso permite o controle da infusão do medicamento na coluna do paciente no decorrer dos dias. Por meio de um equipamento programador, que funciona por controle telemétrico, é possível programar exatamente como será o fluxo da medicação ao longo do tempo. 

Isso faz com que o paciente não corra o risco de ingerir quantidades maiores ou menores de analgésico, uma vez que a própria bomba de infusão faz esse controle.

Retorno seguro

O paciente deve retornar periodicamente ao consultório de seu médico para realizar os exames necessários e “reabastecer” a bomba. Isso permite que o médico faça os ajustes necessários na medicação – e também no aparelho, mantendo a segurança do tratamento.

Fato é que há pontos positivos e negativos relacionados ao tratamento da dor crônica por meio da bomba de infusão de fármacos. Embora seja fundamental que o médico avalie com cuidado se essa é a técnica mais adequada para o paciente, é ponto pacífico que a bomba de infusão se apresenta como excelente opção para o tratamento da dor crônica.

Mas nunca é demais lembrar: é papel do especialista avaliar a condição clínica do paciente, pois, apesar de sua efetividade, a bomba de infusão não será a escolha de tratamento mais adequada para todos que sofrem de dor.